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26ª STBio: Entendendo emocionalmente os cães

Microcurso ‘Emoções e cães’ apresentou estudos recentes e propôs reflexões conjuntas sobre um tema com muito a ser descoberto
Por Bárbara Bigas (barbaraebigas@usp.br)

No último dia de atividades da 26ª Semana Temática da Biologia USP, um campo recente no estudo dos animais foi explorado: as emoções caninas. A área, de suma importância para a biologia, foi apresentada por Natália Albuquerque, bióloga, mestre e doutora em Psicologia Experimental com ênfase em Comportamento Animal e pesquisadora do Grupo Antrozoo USP.

Natália Albuquerque. [Imagem: Reprodução/X/@nsalbuquerq]

A relação entre humanos e cães se iniciou entre 12 e 14 mil anos atrás e, desde Charles Darwin, se sabe que os cães são essenciais nos estudos biológicos. O pai da evolução, por exemplo, estava constantemente na companhia de seus cães e os considerava essenciais para seu entendimento do mundo natural.

Apesar disso, por muito tempo os cães foram  negligenciados por biólogos e psicólogos no quesito emocional. Segundo Natália, em 2005, começaram a aparecer os primeiros estudos sobre emoções caninas e, por ser uma área muito recente, ainda dialoga muito com as pesquisas feitas em humanos.

Por dentro das emoções caninas

A experiência emocional é inerente a animais humanos e não-humanos. Natália explica que ela é composta de três fundamentos: vivência, expressão e percepção. As emoções são multimodais e auxiliam na coesão entre grupos sociais. Nisso, está um dos motivos da importância de se estudar as emoções caninas. 

Os estudos normalmente se baseiam em emoções específicas e suas expressões, e uma explicação breve dos tópicos analisados foi trazida por Natália, auxiliando na compreensão do tema. Com essas informações, foi possível realizar a dinâmica proposta pela bióloga: divididos em grupos, os participantes receberam fotos de cães e deveriam explicar qual era a emoção expressada, o possível contexto da foto, quais canais sensoriais foram ativados, intensidade da emoção e seus sinais corporais. 

Rosto de um cachorro branco e amarelo próximo à câmera, com a boca levemente aberta para demonstrar o sinal de expectativa dos cães
A boca aberta e contraída pode ser um sinal de expectativa. [Imagem: Reprodução/Freepik]

Habilidades caninas no reconhecimento de emoções

Natália explicou que o contexto é crucial para entender as emoções do animal, uma vez que suas emoções não são estereotipadas como as dos humanos. Nos cães, emoções diferentes podem ter uma mesma reação.

Além disso, os animais são capazes de diferenciar a forma como expressam uma emoção. Ao longo das conversas, vídeos de experimentos ajudaram a entender como os cães fazem essa identificação. Eles são capazes de associar diferentes partes de uma mesma expressão, levando em conta que uma face humana é composta por diferentes partes. 

Ao fim da palestra, debateu-se a relevância do estudo de emoções caninas. De acordo com Natália, esse conhecimento ajuda os cães a se tornarem animais mais saudáveis e felizes e a terem relações mais positivas com os humanos. Isso também aumenta a compreensão geral sobre outros animais, possibilitando o desenvolvimento de técnicas e manejos mais apropriados para lidar com eles.

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*Imagem de capa: Reprodução/Thijs van der Weide/Pexels

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