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Rompa seus limites: a mania CrossFit

Por Fernanda Giacomassi Você entra em um galpão e vê várias pessoas correndo, pulando, levantando pneus, barras e bolas de concreto, escalando cordas e paredes, tudo ao mesmo tempo. Para quem não conhece o CrossFit, pode até parecer que todos ficaram loucos e começaram a treinar para uma guerra. Esta modalidade de exercício, que está …

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Por Fernanda Giacomassi

Foto: Fernanda Giacomassi
(Foto: Fernanda Giacomassi)

Você entra em um galpão e vê várias pessoas correndo, pulando, levantando pneus, barras e bolas de concreto, escalando cordas e paredes, tudo ao mesmo tempo. Para quem não conhece o CrossFit, pode até parecer que todos ficaram loucos e começaram a treinar para uma guerra. Esta modalidade de exercício, que está ganhando adeptos rapidamente por todo o Brasil, promete proporcionar a qualquer tipo de pessoa, independente de se tratar de um atleta de elite, de um idoso ou de uma criança, uma melhora significativa no condicionamento físico e na qualidade de vida.

O CrossFit, na verdade, é uma marca patenteada por Greg Glassman, um ex-ginasta e treinador, que uniu movimentos fundamentais de alta intensidade e movimentos intervalados para treinar oficiais da polícia dos EUA. Desde então, continuou a desenvolver o método e o aprimorou para o mercado. Todas as academias do mundo que oferecem este tipo de treinamento devem pagar uma média de 3 mil dólares (10.267 reais) ao ano para a empresa de Glassman, em troca de filiação.

O programa de treinamento oferecido é baseado em três pilares principais: movimentos funcionais – caracterizado por mesclar diferentes capacidades físicas em um mesmo exercício, utilizando-se de movimentos que se assemelham com as atividades diárias do cliente; variação constante – treinos distintos com o objetivo de desenvolver o maior número de capacidades físicas possíveis; alta intensidade – se adequando ao cliente porém incitando-o a se superar diariamente.

A combinação destes princípios trabalha dez aptidões físicas do indivíduo: resistência cardiorrespiratória, resistência física muscular, força, flexibilidade, agilidade, velocidade, potência, coordenação, precisão e equilíbrio, ao contrário de outras atividades como a ginástica e a musculação que são muito mais pontuais.

Arquibancada Crossfit - infografico
(Imagem: Folha de S. Paulo)

Apesar de não ser considerado exatamente um esporte, existe uma competição oficial de CrossFit chamada Reebok Crossfit Games. Nela, os participantes executam exercícios extremos como o middle madness (meia loucura): correr 400 metros, levantar pesos de 135 kg e correr novamente por seis rodadas sem descanso.

Para se lecionar esta atividade no Brasil, é necessário o diploma universitário em Educação Física, além da certificação em cursos específicos autorizados pelo Conselho Regional de Educação Física (CREF) e aplicados por profissionais do grupo internacional. O problema é que, muitas vezes, as academias tentam contornar essas normas através de aulas “Tipo-Crossfit”, que se aproveitam do sucesso da marca para vender cursos irregulares e com profissionais mal capacitados. Segundo Clóvis Vitor Magalhães, fisioterapeuta e educador físico, o mercado do Crossfit é crescente, porém existem poucos profissionais capacitados, principalmente no interior dos estados. “Atendemos [na clínica de fisioterapia] cerca de vinte pacientes por semana com lesões ocasionadas por acompanhamento esportivo mal capacitado”.

Um sucesso com o público
O que mais chama atenção no Crossfit é a sua capacidade de adaptação, a possibilidade de se exercitar de maneira equilibrada, os treinos em grupos e a motivação. Esta última se tornou uma forte característica da prática esportiva, sendo muito comum encontrarmos frases de incentivo pelas paredes e pelos “uniformes” dos praticantes.

"Não pare quando você se cansar... pare quando você acabar!" (Foto: Fernanda Giacomassi)
“Não pare quando você se cansar… pare quando você acabar!” (Foto: Fernanda Giacomassi)

Caroline Congedi Pompermayer tentou praticar tênis, ballet, musculação, jump e dança, tudo para ver se conseguia romper seu “entrave” para atividades físicas e melhorar sua saúde; mas não teve sucesso: “aquela rotina chata de toda aula ser a mesma coisa me cansava e então eu desistia”.

A publicitária de 25 anos só se encontrou de verdade no esporte quando conheceu o CrossFit: “Cada dia um treino diferente, é sempre uma surpresa quando você chega lá e vê quais serão os exercícios do dia, é muita motivação! Você quer sempre se superar, aumentar suas cargas, diminuir seu tempo, perder o medo que tinha de determinado exercício. Hoje faço todos os dias da semana, e mudei também meus hábitos alimentares, pra conseguir ainda mais qualidade de vida e disposição pros treinos. Perdi peso, perdi porcentagem de gordura, ganhei massa muscular, defini meu corpo. E isso sem deixar de fazer as coisas que eu gosto aos finais de semana, porque com a explosão que são os treinos, eles compensam alguns abusos de vez em quando. Eu amo e super indico o CrossFit.”

Já para Marleide Almeida, o CrossFit é mais do que uma procura estética: a possibilidade de superação e o dinamismo é o que mas importa. “É um esporte que te prepara para qualquer esporte”. Ela e Marcelle Klein afirmaram ainda que para praticar o CrossFit basta se ter coragem, “o resto é adaptável”. As duas amigas treinam todos os dias da semana na CrossFit79, uma academia idealizada há dois anos por professores de Educação Física e que hoje já possui mais de 200 clientes, e aceitaram mostrar alguns exercícios para o Arquibancada.

Muscle bar (Foto: Fernanda Giacomassi)
Muscle Bar  (Foto: Fernanda Giacomassi)
Kettlebell Swing (Foto: Fernanda Giacomassi)
Kettlebell Swing  (Foto: Fernanda Giacomassi)
Parada de Mão (Foto: Fernanda Giacomassi)
Parada de Mão (Foto: Fernanda Giacomassi)
Pull Up (Foto: Fernanda Giacomassi)
Pull Up  (Foto: Fernanda Giacomassi)

Yes, you can
O CrossFit, como qualquer outro tipo de atividade, deve ser bem orientada e supervisionada por profissionais especializados e, acima de tudo, atentos aos movimentos e ansiedade dos praticantes. Além disso, é sempre bom fazer uma avaliação médica para saber se existe alguma contraindicação que impeça você de praticá-lo. Fora isto, basta que se tenha muita vontade e dedicação.

Arquibancada Crossfit - gif

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