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Adaptação de filmes para livros e a possibilidade de novas histórias

Apesar de comum o caminho contrário, alguns filmes são adaptados e inspiram livros. A coleção Vilões da Disney, de Serena Valentino, foi um dos destaques do estande da editora Universo dos Livros na Bienal de 2022 e mostra como esse meio pode ser bem sucedido

Muitos filmes de sucesso são feitos a partir da adaptação de livros já existentes, como os da Marvel, baseados nos quadrinhos de Stan Lee, e Para Todos os Garotos que já Amei (To All the Boys I’ve Loved Before, 2018), inspirado na trilogia de Jenny Han. Apesar de não ser tão comum, algumas produções fazem o processo inverso, e trazem o conteúdo das telonas para as páginas. A coleção Vilões da Disney (Villains), de Serena Valentino, destaque da editora Universo dos Livros na Bienal do Livro de 2022, é um exemplo de como longas-metragens podem inspirar a escrita e trazer à tona mais aspectos em relação à narrativa original, possibilitando diversas interpretações acerca das histórias.

A escritora estadunidense Serena Valentino, aos 52 anos de idade, é conhecida por escrever histórias inspiradas em filmes da Disney, nas quais prioriza a perspectiva dos personagens em relação aos acontecimentos. Suas primeiras publicações foram os quadrinhos Gloom Cookie, lançados em 1998, e Nightmares & Fairy Tales, em 2004. Atualmente, suas principais obras são as pertencentes à série literária Vilões da Disney, composta por nove livros, que destacam os antagonistas dos contos de fadas, trazendo elementos ausentes nos longas que mostram a origem de sua vilania e o que os motivou a assumir tal posição.              

A primeira narrativa da coleção, A Mais Bela de Todas: A História da Rainha Má (Universo dos Livros, 2020), é protagonizada pela Rainha Má, antagonista do filme A Branca de Neve e os Sete Anões (Snow White, 1937).  O livro explica a origem do espelho e, também, conta desde como a personagem conheceu e se apaixonou pelo Rei, até o desenvolvimento de sua relação com a princesa e o porquê dela ter se desgastado a ponto de acabar em uma tentativa de assassinato. Ao mostrar suas reflexões durante todos os momentos, inclusive antes de cair do penhasco, Valentino explora os riscos que a vaidade excessiva e o impacto que as relações afetivas trazem para os indivíduos.

Dando continuidade, em A Fera em mim: A História do Príncipe da Bela (Universo dos Livros, 2020), a escritora trabalha o passado da Fera, par romântico da princesa Bela em A Bela e a Fera (Beauty and the Beast, 1991), explicando como o príncipe se comportava antes da maldição e seus instintos animais depois de transformado. Por se tratar de uma adaptação, a obra tem um foco diferente do longa-metragem e acaba apresentando algumas diferenças em relação a ele. Um desses pontos discrepantes é a relação do protagonista com Gaston e a feiticeira, Circe, que no filme tem uma rápida participação mas, nas obras de Valentino, é uma personagem bem desenvolvida e, ainda, aparece em outros livros da série, tal como Úrsula: A História da Bruxa da Pequena Sereia (Universo dos Livros, 2020).

Fera, Madrasta, Cruella, Úrsula, Capitão Gancho, Rainha Má, Malévola e Goethel, cujas histórias foram adaptadas para livros
Fera, Madrasta, Cruella, Úrsula, Capitão Gancho, Rainha Má, Malévola e Goethel [Imagens: Reprodução/ Disney Plus].

Os livros direcionados aos vilões da Disney não param por aí. Após os três primeiros da coleção, em ordem de leitura estabelecida pela própria autora, vem Malévola: a Rainha do Mal (Universo dos Livros, 2020), Mamãe Bruxa: A História da Vilã da Rapunzel (Universo dos Livros, 2020) e As Irmãs Esquisitas: A História das Trigêmeas Maldosas (Universo dos Livros, 2020), livro que narra a trajetória das irmãs Lucinda, Ruby e Martha, que aparecem como vilãs na coleção de Valentino. A série continua com Cruella: A História Daquela Mulher Diabólica (Universo dos Livros, 2021), Coração Gelado: A História da Madrasta da Cinderela (Universo dos Livros, 2021) e o mais recente lançamento, Never Never: A Tale of Captain Hook, que conta a história de James, um dos meninos perdidos da Terra do Nunca que se tornou o Capitão Gancho. A última história foi lançada em 2022, mas ainda não foi traduzida e publicada no Brasil.

As produções chegaram a ser pensadas para uma adaptação de série em 2019, mas que foi cancelada por uma questão criativa, já que o roteiro, mesmo revisado e alterado, continuou muito sombrio para os padrões do serviço de streaming Disney Plus, em que seria lançada. Intitulado Book of Enchantment, o projeto também encontrou dificuldades financeiras, dado que apenas em sua pré-produção foram gastos cerca de 4 milhões de dólares. 

Livro Bravely, de Maggie Stiefvater, e Feather and Flame, de Livia Blackburne, adaptações de filmes da Disney
Livro Bravely, de Maggie Stiefvater, e Feather and Flame, de Livia Blackburne [Imagens: Divulgação/ Disney Press e Disney-Hyperion].

Para além dos livros de Serena Valentino, novas produções literárias baseadas nos filmes da Disney foram lançadas nesse ano. Feather and Flame (Disney-Hyperion, 2022)  de Livia Blackburne, foi publicada em junho de 2022 e é a segunda da série The Queen´s Council (2021), cujas histórias se passam após as princesas da Disney assumirem o trono de seus respectivos reinos. Outra adaptação que merece destaque é Bravely (Disney Press, 2022), escrito por Maggie Stiefvater, que é derivado do filme Valente (Brave, 2012) e tem Merida como protagonista. Apesar de já publicadas, tanto a narrativa de Blackburne quanto a de Stiefvater ainda não chegaram ao Brasil.

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