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Elas Brilham: Vozes que iluminam e transformam o mundo

Mistura de documentário e musical, nova peça enaltece o protagonismo feminino da música e anima plateia com sucessos atemporais

O documentário musical Elas Brilham: Vozes que Iluminam e Transformam o Mundo é a combinação de protagonismo feminino com o melhor do mundo da música. Reunindo nomes do Jazz, Pop, Rock e MPB, a trilha sonora escolhida carrega a plateia de animação, nostalgia e representatividade. Ao retratar a história de nomes icônicos de diversos gêneros, o musical honra e enaltece as artistas homenageadas de forma que promete agradar a todos os públicos. 

A entrada para o espetáculo contava com divulgação caprichada [Imagem: Acervo Pessoal/Ester de Brito]

Com uma viagem no tempo por meio das músicas escolhidas, o espetáculo não trabalha com uma história definida e personagens fixos, e opta por um caminho diferente. Passando por inúmeras décadas e estilos musicais, o espectador é reapresentado às mesmas atrizes interpretando diversas mulheres da música, o que traz um frescor a cada número. Com o foco na perspectiva, vivências e sentimentos das mulheres do mundo musical, a peça se apoia fortemente em sucessos garantidos que, por falarem por si só, trazem o conteúdo necessário para entreter o público. 

Dirigido por Frederico Reder e roteirizado por Marcos Nauer, responsáveis por outros documentários musicais como 60! Década de Arromba e 70? Década do Divino Maravilhoso, o espetáculo possui uma equipe capaz de dar ao telespectador uma experiência inesquecível. Um fator que contribui para isso é o elenco, que transborda carisma e talento. Como as participantes notáveis de programas como The Voice Brasil e Canta Comigo, Diva Menner, Ludmillah Anjos Débora Pinheiro e Ester Freitas, as atrizes e cantoras com vasta coleção de musicais no currículo, Sabrina Korgut e Ivanna Domenyco e, por fim,  a multitalentosa que empresta sua voz para diversos personagens no cinema, Jullie.

As sete atrizes reunidas no palco para o número final [Imagem: Acervo Pessoal/Ester de Brito]

Apesar das vozes de peso já serem motivo suficiente para a aclamação, a harmonia entre elas no palco também é muito boa — em todos os sentidos. Todas têm o seu momento de brilhar ao longo da peça e, quando estão juntas no palco, fica melhor ainda. Há algumas apresentações especialmente memoráveis: o número de abertura, que já começa com a história das cantoras da Era do Rádio, com uma parte especial para Ângela Maria, há também a sessão em que Diva Menner transporta a plateia para os anos 80 incorporando a rainha do Rock N’ Roll, Tina Turner. Outro destaque é a homenagem à Marília Mendonça, com o elenco cantando uma compilação de sucessos da cantora. Porém, entre esses e tantos outros, o último momento do musical é o mais notável. Com sete cadeiras em um semicírculo, apenas a do centro iluminada pelos holofotes, as atrizes alternam entre si para sentarem sob a iluminação e compartilhar com a plateia as suas histórias e vulnerabilidades, mostrando vislumbres dos acontecimentos da vida contribuíram para que elas se tornassem as mulheres se apresentando nos palcos atualmente. 

O musical tem uma construção interessante, em geral seguindo uma linha temporal histórica, mas ocasionalmente dando voltas nessa linha para que a transição entre os gêneros musicais se torne mais coerente. Além disso, as músicas são priorizadas ao invés da biografia das artistas, com informações sendo recitadas vez ou outra pelas atrizes e elementos no palco trazendo fatos curiosos a respeito de importantes figuras femininas, mas apenas superficialmente.

Informações e dados históricos sobre mulheres eram exibidos sobre a cortina durante as mudanças de figurino [Imagem: Acervo Pessoal/Ester de Brito]

Dados históricos e imagens de mulheres importantes em diversas áreas são transmitidos nos painéis digitais que compõem o cenário ao longo da apresentação. Mas, em meio ao show que se desenrola nas coreografias e números performáticos, as informações ficam desconexas em relação ao resto das apresentações, servindo apenas como “enfeite” para agregar no quesito documentário. O único incômodo que pode influenciar parte da plateia, especificamente as que ficam no canto, é a disposição do painel central, que se divide em dois para facilitar a entrada das atrizes no palco. Essa abertura, quando vista de lado, acaba distorcendo as imagens exibidas e levando o telespectador a se perguntar: “Como ninguém da produção viu isso?”.

Um dos olhos da artista espelhada no painel central pode ser visto distorcido [Imagem: Acervo Pessoal/Ester de Brito]

Apesar disso, o musical oferece um verdadeiro show de performances e dialoga muito com o público, que constantemente participa em palmas ou em voz dos números. Com isso, Elas Brilham: Vozes que Iluminam e Transformam o Mundo traz um espetáculo de deixar a plateia de queixo caído, direcionando os holofotes para as icônicas mulheres da música, e iluminando o público sobre o valor das mulheres não só na música, como em qualquer lugar.

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