Há exatos 10 anos, em 25 de agosto de 2009, a produtora Rocksteady Studios lançava Batman: Arkham Asylum, um jogo eletrônico de ação e aventura que viria a se tornar um sucesso de público, crítica e vendas, além de gerar toda uma franquia. Para tal, os desenvolvedores só precisaram aproveitar os melhores e mais empolgantes traços das histórias do Cavaleiro das Trevas e colocá-los em um contexto de aspectos técnicos refinados.
A história parte da simples premissa de que o Coringa toma o controle de um grande hospital psiquiátrico onde estão concentrados diversos outros vilões, e o Cruzado Encapuzado precisa consertar as coisas. O modo como a trama aproveita todos esses personagens, ao abordar suas mentes perturbadas e sem colocá-los em situações repetitivas, é um dos principais trunfos da produção no sentido de manter o interesse de quem joga ao longo de toda a obra. Apesar disso, o final não possui toda a profundidade do restante da história, e é uma das únicas vezes em que o jogo aposta mais na grandiosidade do que na complexidade.
Assumir a capa do Batman é uma missão que diverte, oferece um novo ponto de vista sobre esse conhecido protagonista e, de quebra, realiza um sonho dos fãs. Seu heroísmo é explorado de todas as maneiras pelo jogador, seja explorando e investigando o cenário, percorrendo obstáculos, agindo silenciosamente contra os inimigos ou até partindo para a pancadaria.
A ilha de Arkham, cenário do jogo, é fundamental na imersão do consumidor. Um ambiente escuro, muitas vezes claustrofóbico, silencioso, e que nunca falha em nos lembrar dos perigos à espreita. O que poderia acabar se tornando um conto caricaturesco e fútil de super-herói ganha, na verdade, ares de seriedade, suspense e tensão, mas nunca de forma exagerada a ponto de abdicar da diversão.
Nada disso teria funcionado sem uma qualidade técnica impecável. A mecânica do jogo é fácil e não excessivamente explicativa. A jogabilidade é dinâmica e extremamente agradável. Há uma certa liberdade para explorar os diversos recursos do protagonista, ainda que alguns deles sejam restritos a ocasiões muito específicas. Por fim, os gráficos possuem uma riqueza de detalhes não convencional para a época de seu lançamento – e ainda por cima envelheceram muito bem.
Batman: Arkham Asylum faz o simples, mas da melhor forma possível. Tornou-se um clássico dos eletrônicos e uma referência dentro do seu gênero. Mesmo dez anos depois, não perdeu forças e ainda merece ser contemplado como o ótimo jogo que é.