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Nem a Astronomia está a salvo das fake news

Por Maria Eduarda Nogueira (mariaeduardanogueira@usp.br) As fake news são, provavelmente, o tema discutido do ano de 2018. Mas não só à política se restringe esse fenômeno. A astronomia também foi vítima ‒ de um certo modo, ela é vítima desde que a humanidade moderna descobriu o calendário maia. No dia 19 de outubro, os pós-doutorandos …

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Por Maria Eduarda Nogueira (mariaeduardanogueira@usp.br)

Foto: Unsplash

As fake news são, provavelmente, o tema discutido do ano de 2018. Mas não só à política se restringe esse fenômeno. A astronomia também foi vítima ‒ de um certo modo, ela é vítima desde que a humanidade moderna descobriu o calendário maia.

No dia 19 de outubro, os pós-doutorandos Patrícia Cruz e Felipe Cruz se juntaram à doutoranda Larissa Takeda no Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG-USP) para desmascarar as principais notícias falsas envolvendo seus campos de estudo. A fim de promover uma abordagem interativa, cada participante recebeu uma placa com as letras “V” e “F” para que pudesse avaliar as notícias por si mesmo, antes de saber a verdade.

Como todas as notícias falsas, aquelas relacionadas à astronomia também tem como sua principal fonte de disseminação o WhatsApp. Acompanhadas de fotos um tanto quanto duvidosas e de manchetes bombásticas, o anúncio de um cometa que irá colidir com a Terra, a expansão de Marte e a chegada de uma tempestade solar são só alguns dos exemplos chocantes que circulam pelas redes.

No entanto, algumas notícias não são tão facilmente decifráveis. Um exemplo é a possibilidade de ver a Muralha da China do espaço. Apesar de ser extremamente extensa, a Muralha tem uma espessura muito fina e, por isso, não pode ser vista a olho nu. Segundo cálculos aproximados, seria preciso que ela tivesse, no mínimo, 500 metros de largura para que fosse vista como um fino fio de cabelo na imensidão da crosta terrestre.

Os estudantes do IAG não apenas rotularam as notícias como falsas ou verdadeiras. Por terem vasto conhecimento acerca do cosmos, Patrícia, Felipe e Larissa explicaram as inconsistências de cada notícia, além de esclarecerem de onde elas se originaram. Tempestades solares, por exemplo, são comuns, mas não têm capacidade letal em relação à humanidade.

Após desvendarem dez notícias, os palestrantes ofereceram dicas de como checar a veracidade de um fato. Além da dica primordial ‒ checar fontes confiáveis, tais como BBC, Superinteressante, Galileu ‒ o grupo também citou uma nova ferramenta criada por estudantes da Universidade de São Paulo e pela Universidade Federal de São Carlos para detectar fake news.

Com grande carisma e disposição para atender às dúvidas dos participantes, os estudantes do IAG fizeram uma exposição didática e necessária, principalmente nos tempos de pós-verdade atuais. A palestra, que fez parte da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, conseguiu juntar dois temas de interesse público, de forma acessível. Iniciativas como essa devem ser incentivadas na universidade, que tem um papel primordial em disseminar a informação de qualidade.

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