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Os mesmos exorcismos, os mesmos demônios

Reino Unido, Estados Unidos e… Romênia? Com essa tripla nacionalidade atípica, o longa de terror Exorcismos e Demônios (The Crucifixion, 2017) conta a história de Nicole (Sophie Cookson), jornalista inglesa que vai até o interior da Romênia investigar um caso de exorcismo que culminou na morte de uma freira. Escrito pelos irmãos Hayes, que assinam …

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Reino Unido, Estados Unidos e… Romênia? Com essa tripla nacionalidade atípica, o longa de terror Exorcismos e Demônios (The Crucifixion, 2017) conta a história de Nicole (Sophie Cookson), jornalista inglesa que vai até o interior da Romênia investigar um caso de exorcismo que culminou na morte de uma freira. Escrito pelos irmãos Hayes, que assinam o elogiado Invocação do Mal (The Conjuring, 2013), esse terror de três pátrias é superficial e sem ritmo, e provavelmente vai te causar mais sono do que medo.

A composição do suspense tem pontos fortes, mas já vimos todos eles em outros filmes. Há closes bem fechados e com pouca luz, que  nos fazem ter medo do que pode estar fora de nosso campo de visão; uma protagonista inicialmente cética, que aos poucos vai sendo convencida da existência do sobrenatural; e a construção de uma atmosfera macabra, que se dá por meio de elementos como insetos mortos na comida e saindo do corpo humano, da nudez e sexualidade relacionadas com a possessão demoníaca e até da figura de uma criança muda.

(Reprodução)

A única atuação boa é a da protagonista Nicole (Sophie Cookson), mas ela sozinha não consegue salvar as cenas, que às vezes têm atuações tão ruins que não dão para ser levadas a sério. Além disso, a duração curta das cenas não permite que o filme crie profundidade narrativa, fazendo a obra final parecer uma colagem de momentos sem coesão e dificultando a imersão do espectador num estado de suspense.

Todos esses fatores – as estratégias repetitivas, as atuações ruins e a falta de coesão entre as cenas – poderiam ser relevados, como costumamos fazer nessa categoria de filmes. Frequentemente escolhemos ver um filme de terror não por sua qualidade cinematográfica, mas sim pelo frio na barriga fácil, e pelo desejo de sentir um medo que, por mais intenso que seja, sabemos que não tem poder para além de alguns sustos e 100 minutos de filme.

Mas, em Exorcismos e Demônios, até as situações de susto são preguiçosamente construídas: recursos previsíveis como aumentar o som brusca e repentinamente ou mostrar o rosto de um demônio de perto dão a impressão de que o diretor (Xavier Gens) não fez o menor esforço durante a produção. Não só porque os recursos são previsíveis em si; mas porque eles são colocados em momentos igualmente previsíveis, e se repetem durante todo o longa.

(Reprodução)

Em uma palavra: o filme não poderia ser mais brega. Brega nas passagens de cena e fotografia; brega no roteiro, cheio de diálogos sem graça; no enredo previsível; e nos dramas e relações superficiais, que não criam aproximação com os personagens.

Pra não ser injusto, o único ponto que realmente se destaca no longa é a mistura de elementos religiosos, sexuais e psicológicos, que coexistem sem confusão e dão à luz a um estilo macabro bem executado.

 

Exorcismos e Demônios tem estreia prevista para 19 de abril, e você pode conferir seu trailer (que é meio chato) abaixo:

por Ian Alves
ian.andrade.alves@gmail.com

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