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Um suspiro para o basquete brasileiro

Por Nelson Niero Neto No último 28 de julho, o Brasil foi finalista da Copa América Sub-16 de basquete feminino, disputando o título com o Canadá. Em um jogo acirrado, com direito à prorrogação, a seleção canadense foi campeã com apenas um ponto de diferença no placar. Apesar da derrota, a campanha do Brasil foi …

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Por Nelson Niero Neto

Imagem: FIBA Américas

No último 28 de julho, o Brasil foi finalista da Copa América Sub-16 de basquete feminino, disputando o título com o Canadá. Em um jogo acirrado, com direito à prorrogação, a seleção canadense foi campeã com apenas um ponto de diferença no placar. Apesar da derrota, a campanha do Brasil foi marcante e mostra o talento das atletas que defenderam a seleção.

Na semi-final, as brasileiras enfrentaram a seleção norte-americana, uma equipe extremamente competitiva e difícil de ser vencida. Para se ter uma ideia, a Copa América Sub-16 começou a ser disputada em 2009 e teve, até agora, 4 edições; os Estados Unidos foram campeões em 2009, 2011 e 2013. A quebra dessa hegemonia é uma prova de que hoje temos grandes promessas no basquete brasileiro e, com o devido reconhecimento e valorização, ele ainda pode crescer muito.

O destaque da seleção brasileira nessa campanha foi a ala Izabela Nicoletti, de 16 anos (completados em agosto), que brilhou nas quadras de Puebla, no México. Ela foi o nome do jogo contra os Estados Unidos e Canadá, sendo a jogadora que mais pontuou em ambas as partidas.

Izabela vive hoje nos Estados Unidos, onde joga no Carolina Waves. Seu talento não passou despercebido em um país onde o basquete é muito valorizado: mesmo restando ainda 3 anos para terminar os estudos na escola (o lá chamado “high school”), ela já foi procurada por 18 universidades da primeira divisão da NCAA (em português, Associação Atlética Universitária Nacional), a principal organização de esportes universitários dos Estados Unidos.

A paixão pelo basquete começou cedo. Izabela joga desde os 5 anos, por influência da prima e da irmã mais velha, que treinavam em uma escola em Americana (SP). Ela acompanhava na arquibancada, pois era considerada muito nova para jogar, e repetia todos os movimentos e jogadas feitas pelas atletas em quadra. Vendo isso, a técnica Anne Sabatini resolveu abrir uma exceção e permitiu que Izabela participasse dos treinamentos. Dez anos depois, uma agradável coincidência: Anne foi a técnica da seleção brasileira na Copa América Sub-16, onde viu a garota a quem deu a primeira oportunidade jogar com maestria.

Imagem: Arquivo pessoal/Izabela Nicoletti

Para Izabela, o tratamento dado ao basquete nos Estados Unidos é muito diferente do Brasil. “O que mais me chamou atenção aqui foi o fato da prática esportiva andar junto com os estudos”, conta ela. “Para jogar, você precisa ter boas notas”, completa. Segundo ela, no Brasil seria mais difícil se dedicar aos estudos e simultaneamente tentar seguir uma carreira no basquete.

É fato que o basquete brasileiro passa por dificuldades. A Confederação Brasileira de Basquete vive uma grave crise financeira, e alguns times estão tendo problemas para montar e manter seus elencos para os campeonatos. O Palmeiras, por exemplo, anunciou no final de junho a sua saída do Novo Basquete Brasil, o campeonato masculino nacional da modalidade, e também do Campeonato Paulista. Segundo nota oficial do clube, a licença será inicialmente por uma temporada, e apenas para o basquete adulto. As categorias de base continuam competindo, mas é preocupante uma equipe como o Palmeiras, que coleciona 12 títulos paulistas de basquete, abdique de sua participação nos campeonatos profissionais.

Mesmo ciente dos obstáculos, que conhece com familiaridade, Izabela enaltece a importância que o esporte tem para ela: “sendo uma apaixonada pelo basquete, nunca vou deixar de apoiar uma pessoa que queira seguir carreira na modalidade”, e relata: “o basquete é a minha vida. Deixei minha família e amigos para jogar nos Estados Unidos, então dá para se imaginar o que esse esporte representa para mim”.

A trajetória no basquete está apenas começando para ela. Além do desejo de defender a camisa brasileira mais vezes, como fez de forma brilhante na Copa América, Izabela também pretende jogar por uma universidade norte-americana quando terminar os estudos na escola. Ela também pensa em jogar a liga de basquete profissional dos Estados Unidos. Um sonho que, a depender de seu talento, está muito próximo da realidade.

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